27.12.14

Então é Natal...


Então é natal. Caminho até em casa com as solas do scarpin fazendo um barulho imenso quando tocado no asfalto. O som ganha eco devido o silêncio que está nas ruas. Olho tudo ao meu redor. As casas cheias e iluminadas, carros aos montes estacionados em todos os cantos, pessoas sorrindo do outro lado das janelas, lojas fechadas com desejos de boas festas brilhando na entrada, algumas já estão se apagando. O mundo parou aqui fora, e começou dentro das casas fechadas. Cada lar representando um coração de mãe, que sempre cabe mais um e é acolhedor. Em algumas posso ver pessoas brincando e se abraçando, em outras estão apenas olhando a TV com cara de poucos amigos. Esse natal nada mais é igual. Passei pela sua rua, e pensei em deixar um cartão de feliz natal no seu correios, mas desisti. Não era um feliz natal longe de mim que eu te desejava. Resolvi dizer pra mim mesma que os presentes ganho no trabalho estavam pesados demais pra eu fazer aquela parada. Olhei sua janela, como olhei a de todas as outras pessoas, e notei que as luzes do seu apartamento estavam apagadas. Esse ano você não colocou nenhum símbolo na porta e nem na janela. É estranho porque eu me lembro que você sempre fazia a casa parecer uma extensão do polo norte. Talvez você tenha optado por uma viagem em cima da hora. Não sabia muito bem, pois desde o rompimento nossa comunicação passou a ficar cada vez menor, mesmo com o desejo enorme de estar juntos. O tempo foi esfriando e eu pensei que fosse a resposta pro meu pensamento sobre o que havia acontecido com nós. Arrumei o casaco e o cachecol e apressei o passo. Era assim que eu me esquentava agora. Sozinha. Já estava prestes a entrar em casa. Alguns vizinhos estavam saindo e sorriram desejando feliz natal. Foi estranho porque nesse tempo todo que moro aqui, nunca trocaram ao menos um olhar comigo. Mas essa era mesmo a época do amor. Quando eu entrei nesse minúsculo lugar que chamo de casa, eu me lembrei dos planos que fizemos pra esse natal e procurei a lista de compras, que ainda estava dentro do segundo livro na mesinha da sala. Eu ri dela quando vi o nome" passas" escrito ali bem grande. Você odiava arroz com passas, e eu amava. Não tinha peru na lista porque você sabia que eu não cozinhava nem uma galinha muito bem, então preferiu deixar pra comprar um em alguma padaria. Deixei a lista ali e fui pegar uma cidra na geladeira. Já no primeiro gole eu quis pegar o celular e ligar pra você, mas a campainha tocou e logo em seguida ouvi duas batidinhas na porta, isso era tão você que chegou a gelar minha espinha. Então eu coloquei os sapatos, que tinha acabado de tirar, e atendi a porta. Era você. Segurando um peru e um champanhe de verdade. Me olhou e disse: 
Não é fácil achar peru no natal. Demorei demais? 


- Deixei a cidra aberta pra brincar com champanhe a magia do natal. A magia de ter você



PS: Texto de autoria da Emy L.(mistériosssss)
PS²: Pra lembrar a magia do Natal.
Ps³: Adoro PS.

2 comentários:

  1. Ai que lindo o texto *-* Super conseguiu trazer a magia de Natal!

    www.vestindoideias.com

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